duelo ao pôr-do-sol
capítulo I – o forasteiro insolente
John The Legado era o xerife mais durão do velho oeste. Depois que assumiu o comando da polícia local, o índice de criminalidade em Wingsville era zero. Isso mesmo. Não havia um criminoso que ousasse agir nos domínios de John The Legado. A cidade era perfeita.
Billy The Ment era só um cara meio bobo num pangaré meia-boca, mas seu tamanho era de assustar. Um nômade que nunca parava, exceto para roubar, comer, beber, dormir, mijar, cagar e foder putas gordinhas, suas preferidas.
Um dia Billy passou por Wingsville e, como não era de costume, parou no bar. E parou o bar. O estrondo de suas botas enormes com esporas gigantescas batendo contra a madeira do assoalho ecoava por todo o recinto. Ao fundo dava para ouvir as dobradiças enferrujadas gritando enquanto as portas ainda iam e voltavam violentamente.
John foi o último a ver quem era. Pegou seu copo de chá gelado, tomou três longos goles e virou-se lentamente, secando os lábios com as costas das mãos.
- Alguém tem um careta aí? – perguntou Billy com cara de tonto, sua única.
- Ninguém fuma nessa cidade, forasteiro. – respondeu John com cara de xerife.
- Como assim ninguém fuma? Que porra é essa?
- E ninguém fala palavrão também. Quem é você?
- Billy The Ment. E você?
- Sou John The Legado. O xerife mais durão do velho oeste.
- Peraí, é delegado ou é xerife?
- Sou John The Legado.
- Então eu quero falar com o xerife.
- Eu sou o xerife.
- Caralho, mas você acabou de falar que é delegado.
- Basta! Eu o desafio para um duelo ao pôr-do-sol!
Ah, tava demorando. Ser xerife para The Legado era só uma questão de obter permissão legal para desafiar alguém a um duelo ao pôr-do-sol, mesmo que fosse às dez e meia da manhã.
- Senhor. São dez e vinte e nove da manhã. – cochichou Dick The Baixo, o assistente de John que esteve ali o tempo todo, mas ninguém tinha percebido.
- E o que você quer que eu faça? A lei, criada por mim mesmo, proíbe a realização de duelos antes ou depois do pôr-do-sol. E você sabe muito bem disso!
O capacho se rendeu à sua insignificância e voltou a se calar.
- Muito bem. Onde paramos? – recompôs-se o xerife.
- Você me desafiou para um duelo ao entardecer. – respondeu Billy já um tanto entediado.
- Pôr-do-sol, idiota! Eu o desafio para um duelo ao pôr-do-sol!
- É The Ment. O meu sobrenome é The Ment!
- Só até o pôr-do-sol, forasteiro. Só até o pôr-do-sol.
- E o que eu faço até lá?
- Não saia da cidade e não cometa um crime sequer.
- E se eu tentar sair da cidade?
- Eu te pego e você espera o pôr-do-sol atrás das grades.
- E se eu cometer um crime.
- Idem.
- Aqui tem almoço?
- Sim.
- Não perguntei pra você não. Foi pro garçom. Pode ir.
- Insolente. Aproveite bem suas últimas horas de vida.
John abaixou o chapéu e seguiu com passos firmes em direção à porta. Trombou o ombro com o do seu oponente e saiu sem olhar para trás, nem mesmo depois de ouvir o pavoroso grito de The Baixo ao quebrar o seu protuberante nariz com uma senhora portada vai-e-vem na fuça.
The Ment também não olhou para trás. Estava muito ocupado ouvindo as opções de almoço.
2 Comments:
qta loucura hein jovem?! aeuaihaii
te nomino a partir de agora "fabio In The Cent"... aeuhieaiuea
manda o chapter tchul ae!
esse quebra vai esquentar. com certeza The Ment nao vai poder duelar pq comeu a buchadinha de bode a La John Wayne e ficou com caganeira. culpa do chef de cozinha Jean-Pierre The Gustar.
abssssss
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